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Educação 4.0: o que é e como implementar no setor público

Se a sociedade se transforma, a educação precisa — ou deveria — acompanhar essas mudanças. A transmissão de conhecimento sempre foi essencial para a preparação e o desenvolvimento das novas gerações.

“O Brasil ainda tem uma escola do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI”, afirmou o Prof. Dr. Mozart Neves Ramos em entrevista à GloboNews, em 2012. Felizmente, muita coisa vem mudando de lá para cá. Mas antes de falarmos sobre o que há de novo, é importante entender como a educação vem se transformando ao longo do tempo:

Educação 1.0

Modelo tradicional de ensino, centrado no professor como detentor do conhecimento. O aluno tinha um papel passivo, limitado à recepção de conteúdo.

Educação 2.0

Com a chegada da internet, surgem novos recursos como vídeos, projetores, apresentações digitais e fóruns. O aluno começa a ter mais autonomia e acesso à informação.

Educação 3.0

Começa-se a valorizar a personalização do ensino e a aprendizagem colaborativa nas aulas. Tecnologias adaptativas e análise de dados entram em cena para acompanhar o progresso individual dos alunos.

Educação 4.0

Conectada à 4ª Revolução Industrial, traz conceitos como IA, RA, IoT e aprendizagem imersiva. O professor se torna mediador, e o aluno assume o protagonismo em um ambiente de aprendizagem cada vez mais personalizado, conectado e interativo.

Fonte: Lamattina, Alexandre de Araújo. Educação 4.0: Transformando o Ensino na Era Digital. Editora Union, 2023.

Em 2014, foi criado o Plano Nacional de Educação (PNE), com metas decenais que estão sendo revistas desde 2024. Já em 2017, instituiu-se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), após anos de debates.

A BNCC estabeleceu dez competências gerais que devem ser desenvolvidas ao longo da trajetória escolar dos estudantes, abrangendo conhecimentos, habilidades, atitudes e valores fundamentais para o seu pleno desenvolvimento — incluindo o uso de tecnologias digitais de forma crítica, significativa e ética.

A rápida evolução tecnológica nos trouxe ferramentas poderosas capazes de revolucionar a maneira como ensinamos e aprendemos. Ao alinharmos essas tecnologias com as metodologias ativas, estamos preparando o terreno para uma educação que estimula o engajamento, a colaboração e a criatividade.

— Alexandre Lamattina, educador e profissional de TI.

Mais do que simplesmente utilizar tecnologia em sala de aula, a Educação 4.0 propõe que os alunos desenvolvam uma compreensão crítica sobre o mundo em que vivem. Trata-se de prepará-los para um cenário em constante transformação, com habilidades como pensamento crítico, colaboração, criatividade e resolução de problemas complexos.

A correlação entre educação e indústria evidencia a necessidade de oferecer um ensino que acompanhe a evolução da sociedade e de seus processos de produção e consumo. Afinal, os alunos de hoje serão os profissionais que ocuparão atuais e novos espaços de trabalho.

Essa educação mais tecnológica e imersiva, que já é realidade em muitas escolas privadas do país, está ganhando espaço também na educação pública — um avanço que contribui para a equidade e a ampliação de oportunidades.

Como o poder público pode começar?

Iniciativa é a palavra-chave. É preciso apostar em projetos-piloto de Educação 4.0, com potencial de expansão e escalabilidade para toda a rede. Isso envolve:

✔️ Formação continuada dos professores, com foco no uso pedagógico de tecnologias e novas metodologias;

✔️ Melhoria da infraestrutura das escolas, com espaços adaptados para inovação;

✔️ Criação de ambientes makers e laboratórios de aprendizagem ativa.

A robótica educacional é uma das frentes que mais se destaca nesse cenário. Com recursos tecnológicos, físicos e digitais, ela se alia a metodologias ativas que transformam a maneira de ensinar e aprender.

O programa SIMROBÓTICA® é exemplo dessa transformação. Suas atividades são estruturadas para promover o protagonismo dos alunos por meio de experiências práticas e colaborativas. Ao entrar na grade curricular das escolas, os professores passam por formação específica para aplicar o programa e contam com o apoio constante de orientadores educacionais.

Esse compromisso com a excelência garante o desenvolvimento efetivo de professores e estudantes e coloca a tecnologia a serviço de uma educação pública de qualidade.

Adotar a Educação 4.0 na rede pública não é apenas sobre levar tecnologia para a sala de aula. É sobre repensar o papel do professor, do aluno e das políticas públicas no processo de aprendizagem. Criar condições para que essa transformação ocorra de forma planejada, equitativa e com impacto real na vida dos estudantes, da sociedade e da economia.

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