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Iniciativa do Inep prevê nova proposta para indicadores do Ideb em 2025

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o principal medidor da qualidade da educação básica brasileira. Sua formulação é feita com base no aprendizado dos alunos em português e matemática (pelo Saeb*) e no fluxo escolar (taxa de aprovação) dos estudantes.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), é responsável pela produção de estatísticas oficiais de educação no Brasil, incluindo Censo Escolar, Saeb, Enem e Ideb, por exemplo.

Durante uma mesa com Manuel Palácios, presidente do Inep, no 8º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação, a jornalista Marta Avancini, que mediava a conversa, ponderou sobre a discussão em torno de um novo Ideb. Ela destacou que o formato atual do indicador ainda não consegue captar as desigualdades e seus impactos nos processos educacionais.

Palácios corroborou que a falta de indicadores que lidem adequadamente com a desigualdade é uma das críticas que o Ideb mais recebe, mas também apontou outra crítica, sobre utilizar a média. “O Ideb trabalha com a média alcançada pelos estudantes em língua portuguesa e matemática, […] e a média lida com alguns problemas que podem fazer com que o resultado do cálculo de Ideb não seja o mais ajustado à finalidade”, disse.

Diante disso, o Instituto está com uma iniciativa para definir os padrões de desempenho da Educação Básica, começando com o ensino fundamental, por meio da participação de professores de todas as regiões do Brasil e consultores externos, inclusive do criador do índice, Reynaldo Fernandes. A iniciativa busca definir qual é o desempenho esperado de um estudante que conclui os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, assim como do período anterior, na alfabetização.

A discussão, que ainda está acontecendo e passará pelos tramites previstos do Ministério da Educação antes de entrar em vigor, pretende ser alinhado com o atual Ideb, contudo, trazendo outros indicadores.

A ideia que parece contar com mais apoio, é de se ter um Ideb que mantenha o conceito de qualidade, sendo um indicador sintético associado a essa noção tão difícil de ser apropriada como qualidade em educação, e indicadores que lidem com a questão das desigualdades. A ideia é ser uma cesta de indicadores com o novo Ideb e indicadores que mensurem adequadamente a desigualdade encontrada nos resultados educacionais comparando diferentes grupos da população

— Manuel Palácios, presidente do Inep.

Outra questão discutida no grupo de trabalho é sobre a trajetória do estudante e evasão escolar. “Fazer de uma maneira que consiga capturar melhor, em especial as perdas entre o fundamental e o médio”, disse, “tem muito estudante que conclui o ensino fundamental, mas não chega a percorrer e os três anos do ensino médio”, completa.

A expectativa é a apresentação de uma nova proposta para o Ideb em 2025. “Não deve ser com um único indicador, na medida em que um indicador, como [atual] Ideb, não captura a as desigualdades tanto entre escolas que atendem estudantes de diferente nível socioeconômico quanto entre grupos populacionais”, explica, “a ideia é de que tenha pelo menos dois indicadores adicionais que consigam traduzir da melhor maneira possível quais são as diferenças observadas e que falem adequadamente da nossa desigualdade”, destaca.

*O Saeb, sigla para Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, realiza testes com estudantes do 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. Além das provas, esses alunos, assim como professores, diretores escolares e gestores municipais de educação, respondem a um questionário.

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